Greve dos Motoristas de Matérias Perigosas "vai afectar todas as tipologias de transporte".

por: António Manuel Teixeira

Os motoristas de matérias perigosas têm agendada uma paralisação para dia 12 de Agosto e Sindicato ameaça com "consequências mais graves" que em Abril.

 

O Sindicato Independente dos Motoristas de Matérias Perigosas (SIMM) avisou aos meios de comunicação social que a greve convocada para o dia 12 de Agosto terá "consequências mais graves" dos que as que se sentiram em Abril.

Segundo o SIMM "o Governo e a ANTRAM [Associação Nacional de Transportes Públicos Rodoviários de Mercadorias] tentam esconder, mas a greve do dia 12 vai ter repercussões muito mais graves das do passado mês de Abril, pois esta greve está convocada e vai afectar todas as tipologias de transporte de todos os âmbitos".
O sindicato avisa que, além dos combustíveis, a próxima greve vai afectar também o abastecimento às grandes superfícies, à indústria e serviços, podendo "faltar alimentos e outros bens nos supermercados".
A indústria, avisa o SIMM, "vai sofrer graves perdas e grandes exportadoras como a Autoeuropa correm o risco de parar a laboração".

Entretanto, foi já marcada para amanhã uma reunião na Direcção-Geral do Emprego e das Relações de Trabalho (DGERT), para planificar os serviços mínimos.

O pré-aviso dos sindicatos dos motoristas para a greve com início em 12 de Agosto propõe serviços mínimos de 25% em todo o território nacional, enquanto na greve de Abril eram de 40% apenas em Lisboa e Porto.

De acordo com o documento a que a Lusa teve acesso, a proposta de serviços mínimos a assegurar "tem por referência 25% dos trabalhadores" em cada empresa que preste abastecimento de combustíveis, por exemplo, a "portos, aeroportos e postos de abastecimento das empresas que têm por objecto a prestação de serviço público de transporte de passageiros, rodoviários, ferroviários e fluviais", bem como a "estruturas residenciais para pessoas idosas, centros de acolhimento residencial para crianças e jovens, estabelecimentos de ensino, IPSS e Santas Casas da Misericórdia".

Já no caso do "abastecimento de combustíveis e matérias perigosas a hospitais, centros de saúde, clínicas de hemodiálise e outras estruturas de prestação de cuidados de saúde inadiáveis, estabelecimentos prisionais, bases aéreas, serviços de protecção civil, bombeiros, forças de segurança e unidades autónomas de gaseificação", os sindicatos propõem que estes serviços sejam assegurados na totalidade, "nas mesmas condições em que devem assegurar em dias úteis, de feriado e/ou descanso semanal".

O secretário de Estado da Energia disse, no dia 18 de Julho, numa entrevista ao Dinheiro Vivo e à rádio TSF que "se acontecer algo semelhante ao que aconteceu na última greve, teremos no terreno um dispositivo que identifica os abastecimentos prioritários, os postos que têm de ser abastecidos, os circuitos que abastecem esses postos, bem como depois a necessidade de motoristas que garantam esses abastecimentos. Iremos definir os serviços mínimos e esperamos que sejam cumpridos, mas se não forem temos medidas alternativas".

João Galamba adiantou que "já está também preparada uma task force especial da Entidade Nacional para o Sector Energético (ENSE), com procedimentos internos por parte da sua própria rede de emergência de postos de abastecimento (REPA), que depois se articula com as forças de segurança para a operacionalização da rede alternativa". salientando que "haverá um acompanhamento muito próximo de vários membros do Governo, das áreas da Energia, Transportes, Administração Interna, como na greve anterior".

RIU Hotels & Resorts

Amsterdam City Card

Etihad Airways