A Arte Equestre Portuguesa é Património Imaterial da Humanidade da UNESCO

por: António Manuel Teixeira
A Arte Equestre Portuguesa é Património Imaterial da Humanidade da UNESCO
getlstd

A Arte Equestre Portuguesa foi classificada Património Imaterial Cultural da Humanidade, na reunião do comité responsável da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO)

A classificação é o culminar de um processo iniciado em 2015 e desenvolvido em parceria pela Associação Portuguesa de Criadores do Puro-Sangue Lusitano, pela Parques de Sintra, que gere a Escola Portuguesa de Arte Equestre, e pelo município da Golegã.

De acordo com os documentos da candidatura, as entidades promotoras propõem como medidas de salvaguarda desta prática a criação de um centro de investigação associado à Biblioteca Equestre D. Diogo de Bragança, no Palácio Nacional de Queluz, a garantia da Escola Portuguesa de Arte Equestre como instituição de referência no ensino, e a integração da equitação como parte de um complemento ao currículo escolar, com base num projecto-piloto já existente na Golegã, entre outros.

Tendo por base um respeito pelo cavalo para que se estabeleça uma “perfeita harmonia” com os cavaleiros, a Arte Equestre Portuguesa interliga as dimensões funcionais e artísticas, “originando duas expressões indissociáveis, uma popular e uma erudita”, como se pode ler na documentação enviada à UNESCO.

Na candidatura é possível ler-se: "Em todas as suas dimensões, a Arte Equestre em Portugal diferencia-se pela posição do cavaleiro na sela, a indumentária específica e os arreios. O cavaleiro desenvolve um conhecimento equestre, procurando a colaboração suave e consentida do cavalo, sem forçar, intuindo o que lhe é pedido”.

O Comité Intergovernamental para Salvaguarda do Património Cultural Imaterial da UNESCO está reunido até sábado na capital paraguaia e, entre as candidaturas apresentadas, conta-se ainda uma do Brasil sobre o modo de produção artesanal do Queijo de Minas, no Estado de Minas Gerais, no sudeste do país sul-americano, que vai ser votada na quarta-feira.

Foi através de uma nota no site da Presidência, Marcelo saudou a decisão da agência das Nações Unidas. “A Unesco atribuiu a classificação de Património Cultural Imaterial da Humanidade à Arte Equestre Portuguesa, destacando as especificidades dessa arte no nosso país, a sua natureza de cultura popular e erudita e a particular relação entre cavalo e cavaleiro”, escreveu o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.

Na comunicação publicada no site oficial da Presidência da República, o chefe de estado felicitou “todos os seus promotores e praticantes, e em especial a Associação Portuguesa de Criadores do Puro-Sangue Lusitano, a Parques de Sintra e o município da Golegã, responsáveis pela candidatura”.

O Presidente destaca ainda que “a escolha da Unesco será doravante um contributo importante no sentido da salvaguarda, da investigação, do ensino e da projeção da Arte Equestre Portuguesa”.

A Parques de Sintra, que gere a Escola Portuguesa de Arte Equestre, considerou “uma honra muito grande” a decisão da UNESCO, partilhando o feito “com todos os cavaleiros”. “A arte equestre em Portugal é um complexo cultural, social e artístico, singularizado pela utilização deste cavalo excecional que é o puro sangue lusitano, com características únicas e exclusivas. E estamos muito orgulhosos”, disse Luís Calaim, da Parques de Sintra, em declarações à Lusa por telefone, a partir de Assunção.

Gostávamos de felicitar e partilhar esta inscrição da UNESCO com todos os cavaleiros da arte equestre”, referiu o vogal do Conselho de Asministração da entidade sintrense, recordando haver “milhares de cavaleiros, não só em Portugal mas em todo o mundo, que montam no cavalo lusitano”.

Para o vice-presidente da Câmara da Golegã, o reconhecimento da UNESCO é “uma forma de valorizar o território, a cultura e o património” do país. “É importante e é uma forma de valorizar o nosso território, a nossa cultura e o reconhecimento da UNESCO é fundamental. Nós próprios enviámos essa candidatura e só dessa forma conseguimos preservar aquilo que de melhor temos e também dizer ao mundo que temos este reconhecimento”, disse o autarca, explicando: “Nós, como capital do cavalo, desde o primeiro momento que aceitámos (participar na candidatura). Isto foi aceite por outros executivos e nós mantivemos essa posição.”

Diogo Rosa acredita que esta distinção vai aumentar o turismo equestre não só localmente, mas a nível nacional, referindo que este reconhecimento “não é apenas uma forma de garantir protecção, mas também uma oportunidade de promover a tradição a nível mundial”.

O município pretende também o reconhecimento da UNESCO para a Feira Nacional do Cavalo, um dos maiores eventos do género em Portugal, que se realiza anualmente na Golegã, pois acredita que a distinção poderá reforçar “a projecção internacional do evento” e consolidar ainda mais a posição da vila como “capital do cavalo”.

RIU Hotels & Resorts

Amsterdam City Card

Etihad Airways