Hertz prestes a entrar em processo de falência

por: Zita Ferreira Braga

A norte-americana Hertz Global Holdings, perante o colapso do turismo e do negócio do rent-a-car “equaciona avançar com um pedido de protecção de credores”.

O pedido de falência pode chegar já esta terça-feira, se a companhia não conseguir chegar a acordo com os credores para adiar os prazos de pagamento de dívida.


O grupo do milionário norte americano Carl Icahn salvou-se “quando estava com a cabeça no cadafalso”.


A Hertz conseguiu evitar uma falência de proporções inimagináveis graças a um acordo de última hora com os credores ao conseguir alargar o prazo para o pagamento do leasing dos 500 mil veículos que fazem parte da sua frota mundial.

Como o AUTOMAIS já tinha noticiado, a Hertz falhou esse pagamento devido em Abril. Houve uma primeira moratória até dia 04 de Maio, que voltou a falhar estando agora o adiamento para o pagamento a terminar a 22 de Maio.


Estes dias de moratória vão permitir à empresa respirar e encontrar um plano para enfrentar os danos provocados pela travagem a fundo do turismo em todo o mundo deixando quase toda a frota da Hertz parada.


Em comunicação feita á SEC (a CMVM norte americana), a Hertz refere que “vai desenvolver uma estratégia financeira e uma mudança estrutural que reflicta o impacto na economia da actual crise provocada pelo Covid-19.”


O grupo Hertz, onde Carl Icahn é o maior accionista com 39%, teve uma repentina perda de receitas que afectou o negócio de forma decisiva.

 Se não fosse alcançado este acordo, a Hertz iria mesmo apresentar o pedido de falência para se proteger dos credores.
A Avis, empresa muito maior que a Hertz e com muito melhores resultados financeiros, registou um prejuízo de 158 milhões de dólares no primeiro trimestre de 2020, mas em nenhum incumprimento.

Convém recordar que os lucros da maioria das empresas de rent a car vêm do turismo e dos aeroportos.

Por outro lado, as empresas de rent a car estão assentes num negócio que envolve o valor residual dos veículos na revenda como usado. A queda dos preços dos usados nos EUA e na Europa, veio adicionar mais problemas aos que já existiam, reduzindo de forma clara a liquidez das empresas.

No caso da Hertz, já tinha despedido 10 mil colaboradores, um quarto da sua força de trabalho nos EUA, em Abril e mais despedimentos estão a caminho.

A Hertz já estava numa posição dificil, devido a uma dívida enorme e “uma gestão acusada de despesista e pouco eficaz”.

Daí que mesmo antes do Covid-19, a empresa estava prestes a entrar num plano de recuperação depois de prejuízos de 58 milhões de dólares em 2019


Apesar dos Estados Unidos terem avançado com um programa de 50 mil milhões de dólares para apoiar as companhias aéreas, “a Hertz não conseguiu aceder às verbas disponíveis neste pacote, o que a deixou numa situação mais frágil do que a rival Avis, que chegou à crise com um balanço mais robusto.


A 29 de Abril a companhia falhou os reembolsos dos primeiros empréstimos e os credores deram um prazo limite para a Hertz encontrar uma solução, que deverá agora passar pela protecção judicial contra credores.

A empresa foi fundada em Chicago em 1918 e está presente em 12.400 mercados.

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