Como se construiu um novo doce: O pastel BRIGANTINO

por: Virgílio Nogueiro Gomes
Como se construiu um novo doce: O pastel BRIGANTINO
Virgílio Nogueiro Gomes

Todas as tradições têm um começo, tantas vezes desconhecido. O Brigantino nasceu de uma vontade coletiva e quer instalar-se como uma tradição, em Bragança.

E ir mais longe! Um grupo de artistas doceiros desta terra uniu-se para criar um doce com base em produtos relacionados com a identidade gulosa de Bragança: o Brigantino.

Este é o exemplo de um doce sobre o qual se vai escrevendo a sua história.

Entendeu, e muito bem, o Município de Bragança inventariar a doçaria local. Bragança não foi privilegiada com mosteiros ou conventos nos quais se desenvolvesse esta arte agora denominada de “doçaria conventual”. E os doces assumidos como locais parece não representarem um gosto de delicadeza que as montras de “fabrico próprio” habitualmente apresentam. Todos conhecemos os “económicos” (que também se podem chamar azeiteiros, bolos de romaria, borrachos, borrachões, desgovernados, farta garotos, mascotos, matrafões, pobrezinhos, pelotos, e sodos); as “súplicas” que podem ser muito delicadas são símbolo de tantas festas; as “rosquilhas” imperdíveis em todas as feiras; as “rosquilhas de fritar” que surgiam pelo mesmo caminho; os “dormidos” que acompanhavam a Páscoa; e depois toda uma doçaria associada ao Natal como as filhós, as rabanadas, o arroz doce, a aletria… A ideia seria a criação de um doce que pudesse ser transportados por bragançanos e ou turistas para outros locais, para além do consumo local.

 

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O pastel como foi apresentado para a escolha

 

Com o propósito da criação de um doce novo foram identificados produtos associados a este município: farinha de castanha, farinha de amêndoa, azeite e mel de Montezinho. Em reunião com a maioria das pastelarias sediadas no concelho, foram informados da iniciativa, tendo sido concedido um prazo para o envio de receitas. Depois foi fixado o dia 6 de junho de 2017 para apresentação das receitas executadas e a presença dos executores. Um pequeno júri fez a prova para votação e a todas as pastelarias concorrentes foi solicitada a prova, e o voto. Assim o doce mais votado foi considerado o vencedor, escolhido por uma plateia de profissionais e empresários, apresentado pela Pastelaria D. Dinis.

Entrava-se numa nova etapa. A receita foi entregue para registo e divulgação a todos os participantes, foi registada pelo Município de Bragança, para poder ser executada por todos. O processo de registo foi demorado, mas finalmente passou a ser o “BRIGANTINO”®.

Em paralelo foi desenvolvido um projeto de design para as embalagem e assim todos as pastelarias que produzem o “Brigantino” têm à disposição o material gráfico, moderno e elegante, para embalar ao pastéis.

 

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Brigantino vencedor do 1º Concurso

 

No dia 20 de fevereiro de 2023, realizou-se o 1º concurso do pastel Brigantino ao qual concorreram seis pastelarias com sete exemplares. Ganhou esta primeira prova a pastelaria Docemêndoa (Rua Abílio Beça, 86 – Bragança) que recebeu o diploma respetivo. Esta edição decorreu integrado no Festival do Butelo e das Casulas.

Este concurso dever-se-á realizar periodicamente para continuação da promoção deste doce. Esperamos que brevemente seja uma presença permanente na pastelarias de Bragança.

O pastel BRIGANTINO é constituído por uma massa folhada externa e depois preenchido com um creme preparado com açúcar, mel, farinha de amêndoa, farinha de castanha, farinha de trigo, azeite, manteiga e gemas de ovo, e vai cozer ao forno. Pode enfeitar com um pedaço de castanha e riscos de glacé.

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