ANAV propõe 10 medidas prioritárias para relançar o Turismo na próxima legislatura

O documento, já partilhado com todos os partidos com assento parlamentar, reúne propostas fundamentadas que procuram responder aos principais desafios estruturais e conjunturais do sector.

No topo da lista está a construção urgente do novo aeroporto de Lisboa, considerada pela ANAV como uma condição essencial para garantir a competitividade internacional do país. A associação defende uma decisão política imediata e a execução célere da infraestrutura, alertando para os constrangimentos operacionais e económicos que a actual indefinição continua a causar.

Outra prioridade clara é a protecção e modernização das empresas do sector, em especial das micro, pequenas e médias. A Associação propõe a simplificação de processos administrativos e fiscais e a criação de fundos de emergência específicos para apoiar o sector em momentos de crise, como pandemias ou desastres naturais.

No plano da inovação, a associação defende o lançamento de um plano nacional de transformação digital, com incentivos concretos à adopção de tecnologias, novas plataformas de venda e ferramentas de promoção digital, consideradas essenciais para acompanhar os hábitos dos consumidores e os novos paradigmas do turismo global.

A formação e captação de talentos é outra das áreas estratégicas identificadas. A proposta inclui programas de formação contínua e de reconversão profissional, desenvolvidos em parceria com associações representativas, com o objectivo de atrair e qualificar novos profissionais para um sector que continua a debater-se com falta de recursos humanos.

A ANAV defende ainda a valorização da profissão de agente de viagens, propondo três medidas concretas: a criação do Estatuto Legal do Agente de Viagens, a instituição do "Dia do Agente de Viagens" e o alargamento do acesso do Provedor do Cliente a todas as associações do setor, promovendo uma maior proteção do consumidor e transparência nas relações comerciais.

A sustentabilidade e o combate à sazonalidade estão igualmente entre as prioridades. A Associação propõe apoios à criação de produtos turísticos sustentáveis e adaptados a regiões de baixa densidade, incentivando uma distribuição mais equilibrada da atividade turística ao longo do ano e do território.

Com vista a reforçar a presença de Portugal no exterior, a entidade sugere programas de apoio à internacionalização das agências de viagens, bem como o investimento contínuo na promoção internacional do destino, envolvendo diretamente os operadores na definição e execução das campanhas.

A criação de um Conselho Consultivo Permanente do Turismo é também proposta pela associação, como forma de garantir um diálogo regular e estruturado entre o Governo e as entidades do sector, permitindo decisões mais alinhadas com a realidade das empresas.

Por fim, a Instituição aponta para a modernização dos sistemas de regulação e apoio ao consumidor, com a actualização dos modelos de supervisão e a simplificação de procedimentos administrativos, promovendo um ambiente mais seguro e eficiente para todos os intervenientes.

Para o presidente da ANAV, este documento representa um ponto de partida essencial: “Com a nova configuração parlamentar, considerámos essencial apresentar propostas concretas em vez de permanecer no plano das intenções." Miguel Quintas salienta: "Naturalmente, estamos disponíveis para reunir e detalhar estas ideias, mas acreditamos ser decisivo que o próximo programa de Governo incorpore estas medidas, sob pena de o Turismo português perder a competitividade que conquistou ao longo dos últimos anos.”

Com estas propostas, a entidade representativa das agências de viagens pretende contribuir de forma construtiva para a definição de uma política pública de Turismo mais eficaz, inclusiva e sustentável, reforçando o papel estratégico do sector na economia nacional.