O ministro dos Negócios Estrangeiros (MNE), afirmou hoje que o governo angolano está a tomar medidas para permitir o acesso de empresas portuguesas a divisas internacionais, devendo resolver "brevemente" o problema da TAP.
Augusto Santos Silva, que se encontrou na segunda-feira com o chefe da diplomacia angolana, Manuel Domingos Augusto, fez um balanço "muito positivo" da reunião que permitiu avançar com vários dossiers, à margem do primeiro EurAfrican Forum, que está a decorrer em Cascais.
Em relação à transferência de divisas, destacou o papel "muito importante" do Banco Nacional de Angola, que "tem tomado medidas" para que as empresas que tinham receitas retidas em Angola por dificuldade de acesso a divisas internacionais vejam o seu problema resolvido.
"É designadamente o caso da TAP", disse o ministro, acrescentando que Angola prevê que o processo relativo à TAP "esteja finalizado muito brevemente".
O jornal Público noticiou, em Abril, que a transportadora aérea tinha mais de 120 milhões de euros retidos em Angola, na maioria aplicados em títulos de dívida de curto prazo para proteger o dinheiro retido por dificuldades na obtenção de divisas para a expatriação do capital.
Algumas companhias, nomeadamente a portuguesa TAP, já tinham restringido o pagamento em moeda nacional angolana (kwanza) a viagens apenas com origem em Luanda, devido à falta de divisas para repatriar os dividendos.
Também outras empresas portuguesas "vão beneficiar desta maior disponibilidade de divisas internacionais para repatriar receitas", adiantou hoje o titular da pasta dos Negócios Estrangeiros, sem detalhar quais.
Augusto Santos Silva apontou igualmente "melhorias" no que diz respeito à regularização dos prazos de pagamento às empresas portuguesas.
Jornalista