Histórias do Jazz já estão a ser contadas em Guimarães

Como a História é feita de muitas histórias serão estas que estarão em foco no ciclo ora iniciado, em Guimarães, num projecto de António Curvelo e Manuel Jorge Veloso, em parceria com o Hot Clube de Portugal (Lisboa) , a partir desta data essas histórais serão ouvidas e tocadas no Centro Cultural Vila Flor, em Guimarães, até maio de 2015, reflectindo  o estado ac tual do jazz português.

"Histórias de jazz em Portugal" foi o nome dado a este ciclo, dividido em 16 sessões, oito para cada cidade. Cada uma delas estará centrada num músico a quem é dada carta branca.

Neste processo será dada oportunidade aos alunos de escolas de jazz para, em cada sessão, apresentarem um concerto focado na obra do músico em destaque.

 Além disso, realizar-se-ão conversas com os organizadores e com outros compositores e intérpretes que têm marcado esta música. Em comunicado, António Curvelo e Manuel Jorge Veloso salientam que não se pretende com este ciclo criar uma eventual história do jazz feito em Portugal nem "consagrar" uma lista dos seus melhores músicos. Os 16 artistas foram escolhidos porque são "simbolicamente representativos (pela sua diversidade) do passado, presente e futuro do jazz português" e "corporizam uma visão multidisciplinar capaz de refletir o pluralismo da identidade coletiva do jazz que se faz em Portugal".

O primeiro em destaque será o pianista Mário Laginha, seguindo-se Zé Eduardo, Mário Barreiros, Jorge Reis, Carlos Barretto, Bernardo Moreira, Maria João, Carlos Azevedo, André Fernandes, João Paulo Esteves da Silva, Carlos Bica, José Pedro Coelho, Gonçalo Moreira, Nelson Cascais, André Sousa Machado e Pedro Moreira.
A estes juntam-se outros 48, convidados para as conversas de cada sessão, além de estarem representadas diversas escolas. Cruzam-se aqui músicos de diferentes gerações e sensibilidades, e todos eles são "protagonistas, a vários títulos, das últimas quatro décadas da evolução do jazz em Portugal", referem os organizadores.

Para António Curvelo e Manuel Jorge Veloso, actualmente vive-se um "momento singular" no panorama do jazz português. Muito devido à "irrupção de um número crescente de músicos portadores de uma elevada qualidade jazzística que ultrapassa o mero plano técnico-instrumental". Estes músicos alimentam "não só um inédito e saudável cruzamento de gerações mas também uma enriquecedora coabitação de estéticas musicais".

O surgimento de escolas de jazz um pouco por todo o País e a entrada desta música nos círculos académicos contribuiu para o fortalecimento deste "momento singular" no jazz feito em Portugal.

Os nomes que integram este ciclo, além de terem diferentes personalidades musicais, também não estão concentrados somente no eixo Lisboa/Porto, algo que foi uma preocupação no momento de criar este programa.
Daí que além de virem a realizar-se no Hot Clube de Portugal as sessões de concertos e conversas vão também passar pelo Centro Cultural Vila Flor, em Guimarães.

Será precisamente nesta sala que se inaugurará o ciclo, com as sessões de hoje e amanhã. Esta noite decorrerá uma conversa entre Mário Laginha, António Curvelo e Manuel Jorge Veloso, seguindo-se um concerto do combo da Escola Superior de Música, Artes e Espetáculo (Porto), que vai interpretar temas do pianista. Para o dia 09,  além de uma conversa com a participação dos músicos José Nogueira, Luís Cunha e Luís Figueiredo, Mário Laginha dará um concerto para o qual tem carta branca.