Guia da IGLTA orienta profissionais do turismo a acolher casais com respeito e inclusão

por: António Manuel Teixeira
Guia da IGLTA orienta profissionais do turismo a acolher casais com respeito e inclusão
ILGTA

A Fundação da International LGBT Travel Association (IGLTA), em parceria com a Miles Partnership e a HospitableMe, lançou um guia abrangente de comunicação inclusiva dirigido aos profissionais da indústria do turismo.

Intitulado Living Language Guide, o documento pretende ser uma ferramenta prática para tornar o sector mais acolhedor para viajantes LGBT, promovendo respeito, autenticidade e uma experiência turística positiva.

O guia destaca que a linguagem inclusiva é fundamental para garantir que todos os viajantes, independentemente da sua identidade de género ou orientação sexual, se sintam vistos e respeitados. Oferece recomendações práticas para o uso de linguagem neutra, inclusiva e respeitadora em todas as interacções com clientes, desde a recepção até às campanhas de marketing.

Entre as principais orientações apresentadas estão:

  • evitar saudações com género, como "senhoras e senhores", preferindo alternativas neutras como "bem-vindos a todos";
  • substituir termos como "marido e mulher" por "companheiros" ou "casais";
  • oferecer opções de pronome e nome preferido em formulários de reserva;
  • adaptar materiais promocionais e descrições de actividades para evitar pressupostos heteronormativos;
  • formar equipas de atendimento para lidar com linguagem inclusiva com confiança e profissionalismo;
  • garantir instalações inclusivas, como casas de banho neutras e amenidades adaptadas a todas as identidades de género.

Além de exemplos de vocabulário inclusivo, o guia fornece orientações específicas para cada sector — operadores turísticos, agências de viagens, hotéis, companhias aéreas, centros de visitantes, entre outros — com o objectivo de garantir que a inclusão linguística seja transversal a toda a experiência turística.

O documento também aborda os desafios linguísticos em línguas como o português, que apresenta fortes marcas de género. Em Portugal, apesar dos esforços desde os anos 2000 para desmasculinizar a linguagem administrativa, a adopção generalizada de formas neutras como "todos" ou "eles" ainda é limitada fora de contextos activistas. Contudo, a tradução de conteúdos audiovisuais com personagens não-binárias tem vindo a impulsionar o uso de novas formas inclusivas.

A Fundação IGLTA apela ao envolvimento activo das empresas, convidando-as a rever formulários, formação e políticas internas, e a trabalhar em articulação com organizações LGBT locais. Ao adoptar estas práticas, o sector do turismo não só promove um ambiente mais inclusivo como também se posiciona melhor para captar um segmento de mercado com elevado poder de compra e forte lealdade à marca.

O guia está disponível gratuitamente em formato digital e pode ser consultado, em inglês, em anexo.

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