Face às leis publicadas no Brunei que ordenam a execução de homossexuais e adúlteras por lapidação, George Clooney apela a um boicote aos hotéis, incluindo o Dorchester em Londres.
O sultanato de Brunei anunciou, na passada quarta-feira, que irá impôr a pena de morte por apedrejamento em casos julgados de adultério e de relações LGBT.
Em notícia publicada no Guardian, em resposta George Clooney, actor norte americano, conhecido pelo sua participação em causas políticas, apelou ao boicote de nove hotéis na posse do sultanato do Brunei.
"Cada vez que nos hospedamos, nos reunimos ou jantamos em qualquer destes hotéis, estamos a colocar dinheiro directamente no bolso de homens que escolhem apedrejar ou chicotear os seus próprios cidadãos até à morte por serem homossexuais ou por serem acusados de adultério", escreveu Clooney no website Deadline Hollywood, refere The Guardian
No texto, o actor lembra que os funcionários dos hotéis não devem ser responsabilizados, mas no entanto as perguntas ficam à espera de uma resposta: "Será que vamos pagar pelas violações dos direitos humanos? Vamos mesmo ajudar a financiar a morte de cidadãos inocentes?"
Embora sabendo que o Brunei é uma monarquia e que "um boicote não terá qualquer efeito para mudar estas leis" e que "após anos a lidar com regimes assassinos" sabe que "não dá para embaraçá-los", Clooney pensa que será possível, talvez, "envergonhar os bancos, os financiadores e as instituições que fazem negócios com eles e escolhem assobiar para o lado".
E George Clooney termina mencionando todos os hotéis nos Estados Unidos, Reino Unido, França e Itália.
Elton John felicitou o actor no Twitter "por se ter posicionado contra a discriminação anti-gay e o sectarismo que impera no país de #Brunei - lugar onde os homossexuais são brutalizados, ou pior - ao boicotar os hotéis do sultão".
A homossexualidade já era considerada ilegal no Brunei, mas agora passa a ser um crime capital com a implementação do novo código penal, cuja severidade também se manifesta noutros crimes.
Roubo, por exemplo, pode resultar na amputação de uma mão ou de um pé. As leis de que visam os direitos LGBT, porém, só se aplicam aos muçulmanos.
Brunei anunciou as medidas pela primeira vez em 2013, mas a sua implementação foi adiada enquanto as autoridades trabalhavam em detalhes práticos e devido à oposição de grupos de direitos humanos.