Rita Marques contra o investimento publico do "toca e foge"

por: António Manuel Teixeira
Rita Marques contra o investimento publico do "toca e foge"
Divulgação

Para Rita Marques os investimentos públicos no turismo não podem ter uma politica de "toca e foge", mas sim uma estratégia para fixar o turista durante mais tempo nos territórios.

 

A secretária de Estado do turismo afirmou que "mais do que suportar ou financiar um isolado nos territórios do interior, importa sobretudo suportar narrativas, trilhos, caminhos e rotas que possam garantir a fixação do turista mais tempo nestes territórios. Nós não queremos uma abordagem do 'toca e foge', queremos uma abordagem mais, mais completa".

Rita Marques falava à entrada das Minas da Panasqueira, onde participou na cerimónia de assinatura dos contratos de financiamento para a criação de uma rota turística a partir do património mineiro dos concelhos do Fundão e da Covilhã.

Financiado no âmbito do programa "Valorizar", o projecto tem um valor global superior a 890 mil euros e será desenvolvido pelas duas autarquias, tendo como grande objectivo transformar o passivo mineiro numa oportunidade para o território que está "no interior do interior de Portugal".

Uma região que, tal como apontou a secretária de Estado, ainda regista uma média de permanência turística, abaixo das 2,7 noites da média nacional, mas que este ano ganha uma oportunidade "redobrada" e um "balão de oxigénio", face à maior procura de espaços menos populosos que se regista em virtude da pandemia .

Olhando para o de criação de uma rota turística no couto mineiro da Panasqueira, Rita Marques prometeu regressar para participar na "Mineiro por um dia", que integra o projecto.

A rota terá ainda vários quilómetros de percursos pedestres, a possibilidade de visita de galerias das Minas da Panasqueira, bem como a da antiga lavaria do Cabeço do Pião (Fundão) e do antigo refeitório dos mineiros (Covilhã), espaços que vão acolher dois centros interpretativos da história mineira.

O edil da Covilhã apontou que "estamos a dar um primeiro passo, um passo significativo, no sentido de criarmos as condições de regenerar este couto mineiro do ponto de vista ambiental, do ponto de vista económico e do ponto de vista social".

Ressalvando que espera que o dia ainda venha muito longe, Victor Pereira defendeu que é preciso iniciar o caminho para a altura em que minas possam deixar de laborar, dado que o minério é um recurso finito.

O autarca defendeu que "temos de lançar bases para o futuro", sublinhando que o segmento do 'turismo mineiro' pode constituir uma oportunidade "única", tal como já se vê na Europa.

Vítor Pereira também não esqueceu o passivo ambiental e lembrou que é preciso continuar a sensibilizar o Ministério do Ambiente para essa componente.

Uma ideia partilhada pelo presidente da Câmara do Fundão, que lembrou que a questão da sustentabilidade ambiental tem de estar sempre presente e que nunca se conseguirão resolver "umas coisas sem as outras".

Por outro lado, Paulo Fernandes frisou que este projecto constitui um "marco" por envolver as duas autarquias vizinhas e com um território comum e sublinhou a relevância de também se envolver a comunidade local, que já vai na 11ª geração mineira.

O edil do Fundão disse que "preservar a memória de tantos milhares de mineiros é vital neste processo. Não há rota mineira da Panasqueira se os mineiros não estiverem na primeira linha daquilo que possam ser os guias ou as experiências associadas a este processo".

Desde que foi lançado, o programa Valorizar já financiou em todo o país cerca de 750 com mais de 100 milhões de euros, segundo apontou hoje a secretária de Estado, que referiu o de abrir mais candidaturas.

Mais do que suportar ou financiar um isolado nos territórios do interior, importa sobretudo suportar narrativas, trilhos, caminhos e rotas que possam garantir a fixação do turista mais tempo nestes territórios. Nós não queremos uma abordagem do 'toca e foge', queremos uma abordagem mais , mais completa", afirmou.

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