Na noite de ontem teve lugar a segunda apresentação das Marchas Poulares que desfilarão na noite de Santo António na Avenida da Liberdade.
Depois da Marcha dos Mercados que não entra na competição, entrou a Marcha da Mouraria que trouxe alguma atrapalhação a sua exibição. O trabalho de muitos meses tem de ser exibido com garra e com fibra, que por vezes falta.. Mas algumas falhas houve nesta marcha, sobretudo a nivel do conheciemnto das letras dos temas musicais.
Foi bonito o momento da saída com todo o fogo que deixaram e que por vezes falta nas exibições.
Chegou em seguida a Marcha da Bela Flor- Campolide que iniciou o espectáculo com algumas frases relativas à sua freguesia. Os marchantes que na parte coreográfica a executaram com muita alegria e entusiasmo, actuaram com um misto de divertimento e orgulho. Os arcos pareciam difíceis de carregar pelo menos para alguns dos participantes.
É uma homenagem à sua freguesia que comemora agora 60 anos de existência.
Carnide foi a terceira Marcha a exibir-se na noite de ontem.
Numa alegoria a manjericos, o efeito cénico era muito bonito e vistoso, a coreografia era muito original e foi sobretudo executada com muito rigor e ritmo.
Uma marcha com classe e muito bem encenada.
E chegou a surpresa da noite, a Marcha do Alto do Pina. A diferença começa logo na entrada e na forma como apresentam na primeira coreografia.
A originalidade, a exuberância, o arrojo e a audácia de algumas das opções coreográficas tornaram esta Marcha numa surpresa muito agradável e que merece ser apreciada com o mesmo rigor com que também apresenta no seu trabalho.
Alcântara trouxe na sua Marcha a memória do princípio da freguesia e das profissões que por ali abundavam, algumas já desaparecidas. Nestes vinte minutos de apresentação a profissão recordada foi a do amolador, cujo toque de anúncio, por vezes ainda se ouve em algumas ruas de Lisboa.
Em Alcântara os amoladores eram quase todos galegos por isso o ensaiador decidiu introduzir as muñeras, uma dança galega, na exibição dos seus marchantes, e que bem o fizeram!
Com a Madragoa chegou o mar, a pesca, a beleza e a espontaneidade de quem lida com o imprevisto no dia a dia.
Os fatos eram adequados à história de uma zona de Lisboa, que integra quem lá vive, absorvendo culturas diferentes, mas mantendo a tradição do bairro. Na música escolhida, e bem, está o vira da Nazaré que enche de ritmo marchantes e apoiantes e todos os outros.
E a noite termina hoje com a Marcha dos Olivais e o aeroporto na sua proximidade.
Vistosa na apresentação, com uma coreografia muito curiosa, diferente mas sobretudo bem executada, os Olivais deixam voar a imaginação, obrigando a ficar a saudade.
A terceira e última apresentação terá lugar hoje, 09 de Junho no Pavilhão Atlântico.
Uma palavra para Afonso Vilela, actor,agora o apresentador que para além da sua simpatia é senhor de uma voz potente que consegue ultrapassar a gritaria de quem ali está a “torcer” pela sua marcha.