A feira do fumeiro, de Vinhais, gera rendimento a produtores de nove concelhos transmontanos que irão marcar presença na feira anual, que é uma montra dos negócios em torno dos enchidos.
Celebra-se este anos 39 anos da Feira do Fumeiro, em Vinhais, uma organização conjunta entre o município e a Associação Nacional de Criadores de Raça Bísara (ANCSUB), que actualmente gera "seis milhões de euros" em negócios.
A edição deste ano decorre de 07 a 10 de Fevereiro e conta com mais de 450 expositores, 70 dos quais com o fumeiro certificado de Vinhais, que tem todas as peças com protecção comunitária Indicação Geográfica Protegida (IGP).
Quase metade dos 70 pequenos produtores, presentes na feira, é de fora do município de Vinhais, num total de nove concelhos representados também com oito unidades industriais.
O autarca local, Luís Fernandes, sublinhou hoje a importância económica daquele que é "o fumeiro mais caro do país, com o quilo do salpicão a 40 euros, para o concelho de Vinhais e para toda a região", também pelo movimento turístico com cerca de "80 mil visitantes" esperados na feira, noticiou a Lusa.
Segundo Pedro Fernandes, coordenador-técnico da ANCSUB, salientou, na apresentação do certame, "a feira é também festa com animação, gastronomia e concursos com prémios para os melhores exemplares dos enchidos num ano que se perspectiva bom para o fumeiro com frio, geadas e pouca humidade".
Esta raça suína é a responsável pela carne que distingue este fumeiro e os animais destinados à transformação são controlados ao longo do processo e para a feira deste ano foram registados 500 porcos.
Pedro Fernandes indicou que "durante os quatro dias da feira, a procura supera a oferta, mas também ao longo do ano o sector tem sentido um incremento nas diferentes vertentes".
A raça passou de quatro mil porcas reprodutoras, na década de 1990, para seis mil e o número de explorações duplicou, sendo actualmente de 200.
Esta é uma raça protegida e que pode ser produzida do rio Tejo para cima e não só em Vinhais.
O técnico explicou que "ganhou nome e os próprios agentes da restauração começaram a mostrar interesse no produto. Cerca de 80% da produção é em leitão e não chega para a procura que há"..
Pedro Fernandes referiu ainda que "a maioria do leitão é vendida para a zona do grande Porto e começa a ter também procura na Bairrada".
Outro factor que impulsionou também muito a produção foi a certificação da Alheira de Mirandela (IGP) que obriga a usar porco bísaro na produção.
O município investe "entre 150 a 200 mil euros" nesta feira, um montante que "se justifica atendendo à projecção e à importância que ela tem", como vincou o presidente da câmara, realçando que "há jovens que começam a fazer do fumeiro um modo de vida".
Jornalista