Christopher Wylie, autor do escândalo do Facebook esteve na Web Summit

Christopher Wylie fez o rescaldo do último semestre, após a denúncia que abalou a confiança que milhões de pessoas depositam em empresas como o Facebook. Moderado pelo pivot do britânico Channel 4, Krishnan Guru Wurthy, explicou como é que os dados de utilizadores comuns das redes sociais foram explorados para influenciar acontecimentos políticos em 2016.

Com um discurso incisivo Wylie assegurou perante um Pavilhão Atlântico cheio que “o Facebook autorizou isto [a utilização de dados para influenciar a campanha], sabiam exactamente aquilo que estava a acontecer”. O orador salientou que “eles sabiam disto desde o início e não fizeram nada”.

No entanto como “o Facebook tem tanto poder, está a fazer um clone digital da nossa sociedade. O que é que vai acontecer quando os sistemas de inteligência artificial começarem a comunicar entre si?”. O ex-responsável da Cambridge Analytica chamou a atenção que “isto é uma história de colonialismo”, sendo que as grandes empresas tecnológicas estão a desempenhar o papel de colonizadoras e o comum cidadão de colonizado. “Os nossos governos não estão preparados para lidar com isto”, frisou Christopher Wylie.

O antigo analista afirmou "o Facebook ameaçou processar-me a mim e ao The Guardian. Achámos que ameaçar pessoas era uma tática de baixo nível”, acrescentando que a rede social tinha criado “um clone digital da nossa sociedade”. Wylie disse também que “quando se está a pôr toda a informação em sistemas de inteligência artificial começa-se a criar armas”.

O orador concluiu a sua prestação alertanto que "tocamos a vida das pessoas de uma forma tão profunda, que precisamos de ter códigos, de regulamentar o código. Estamos a brincar com o fogo e quando isso acontece, as pessoas magoam-se”.