Conselho Mundial de Viagens e Turismo (WTTC) defende o sector face a protestos

Quando bem gerido, contribui para o desenvolvimento sustentável e não deve ser responsabilizado por problemas estruturais como a escassez de habitação. É parte da solução, não do problema.

A actividade turística gera emprego directo e indirecto, criando oportunidades em áreas tão diversas como a hotelaria, restauração, transportes, artesanato, cultura, agricultura e tecnologia. Tanto os visitantes internacionais como os turistas nacionais têm um impacto económico real nas comunidades que visitam, ao impulsionarem o consumo e ao estimularem a economia local de forma contínua.

Apesar da sua relevância, o sector do Turismo tem, por vezes, sido injustamente associado a problemas estruturais que extravasam o seu âmbito de actuação. Questões como a escassez de habitação, por exemplo, resultam muitas vezes de factores estruturais complexos, incluindo falta de planeamento urbano, ausência de políticas habitacionais eficazes e investimento insuficiente em infra-estruturas públicas — situações cuja origem vai muito além da pressão turística.

Importa ainda sublinhar o contributo expressivo do Turismo para as finanças públicas. As receitas fiscais geradas pela actividade turística — provenientes de impostos sobre o consumo, alojamento, transportes, entre outros — representam uma importante fonte de financiamento para os orçamentos dos Estados. Este fluxo financeiro deve, no entanto, ser canalizado de forma estratégica, com os governos a assumirem um papel activo na escuta das comunidades locais e na implementação de investimentos que melhorem a qualidade de vida das populações, nomeadamente através da requalificação urbana, da melhoria das acessibilidades, da preservação ambiental e do reforço dos serviços públicos.

O Conselho Mundial de Viagens e Turismo (WTTC) reitera o seu compromisso com um modelo de Turismo responsável, sustentável e inclusivo. Trabalha em estreita colaboração com autoridades públicas e parceiros do sector privado para garantir que o crescimento turístico contribua positivamente para o bem-estar das pessoas, o equilíbrio dos territórios e a prosperidade das gerações futuras.

Neste contexto, o Turismo não deve ser visto como um problema, mas como parte da solução para os desafios sociais e económicos do século XXI, desde que devidamente regulado, gerido e articulado com as necessidades reais das populações.