Ai Weiwei quer fazer memorial em Lesbos

por: Zita Ferreira Braga

O artista dissidente chinês Ai Weiwei afimou que tem a intenção de criar, na ilha de Lesbos, na Grécia, um memorial dedicado aos refugiados.

"Muitas pessoas perderam a vida no mar (...), faz falta um monumento", explicou Ai Weiwei na conferência de imprensa de apresentação do projecto realizada em Atenas.

"Já instalei um estúdio em Lesbos", disse Ai Weiwei, acrescentando que os seus ateliers na China e na Alemanha vão estar envolvidos no projecto, bem como alguns dos seus alunos de Belas Artes

"Este é um momento histórico, seja qual for a perspectiva por que se olhe", disse Ai Weiwei, referindo-se à situação dos refugiados.


Por isso, "enquanto artista, quero estar implicado, quero criar obras ligadas à crise e participar na tomada de consciência", acrescentou.


O artista, de 58 anos, já visitou refugiados que chegam em massa à ilha de Lesbos, a partir da Turquia, tendo publicado  imagens, na internet, procurando deste modo dar um testemunho de uma realidade evidente.


Ai Weiwei, prémio Amnistia Internacional, crítico do regime chinês, tem feito uso intensivo do seu passaporte, desde que o recuperou no passado mês de Julho, após quatro anos de interdição de viajar, imposta pelas autoridades de Pequim.


Em 2011, as autoridades chinesas destruíram-lhe o estúdio e detiveram-no, dando origem a um movimento internacional de solidariedade pela sua libertação.

Durante uma visita a Londres, em Setembro, Ai Weiwei referiu-se ao "modo civilizado" como a Alemanha, país onde vive o seu filho e onde tem um atelier, decidiu acolher os refugiados.


Em 2015, mais de 800.000 mil refugiados chegaram à União Europeia, sobretudo através da Grécia e de Itália, provenientes em particular de zonas de conflito do Norte de África, da Síria, do Afeganistão e do Iraque.

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