Modas à (na) Mesa

por: Virgílio Nogueira Gomes
Modas à (na) Mesa
Cozinha a ver

As modas só existem porque os consumidores as alimentam.


Possivelmente provaram, gostaram e continuaram. Outros, talvez menos, consomem só porque estão na moda!

Não sou muito de modas. Uma recente e com muitos aderentes tem a ver com o fogo.
Neste capítulo convém separar o fogo com lenha que cozinha os alimentos em recipientes próprios, e os alimentos que recebem a labareda do fogo e ficam em contacto com o fogo.

Costumo dizer, em tom de brincadeira, que os nossos antepassados demoraram tantos séculos para garantir que os alimentos não tocassem no fogo, que vamos agora, no que parece um retrocesso civilizacional, voltar a deixar os alimentos “chamuscados” …!

Há poucos meses fui convidado para um restaurante com o programa e conceito de cozinhar no fogo. Só quando me sentei à mesa percebi onde estava. Delicadamente fui cortando a comida em estiletes para não comer queimado. Reparo que o meu anfitrião estava em maior luta que a minha e ambos declarámos que não foi uma escolha brilhante. Por sugestão de quem me convidou, deixámos os pratos a meio, e fomos para o restaurante mais próximo vingarmo-nos em sobremesas feitas de forma tradicional. E eu que fui educado a comer alheiras assadas sobre grelhas à lareira; calor intenso, mas sem labaredas. Já que estamos nas “labaredas” mais uma vez me manifesto sem interesse por pratos finalizados com maçarico.
Em Lisboa muitas vezes escolho restaurantes que sei não terem maçaricos, ou quando têm aviso que prefiro, especialmente o peixe, cru do que com sabor a queimado.

Outra moda florescente é a da “carne maturada”. Eu era criança e o meu avô materno já maturava carne como método de conservação.
Na sua cozinha havia umas facas especiais que limpavam a carne de toda a gordura. Quando me acontece “ter” que comer carne maturada, sabe-me sempre a ranço… Não tenho nada contra aqueles que gostam. Mas não me acusem por eu não gostar, quer dizer, não apreciar.

A música ao vivo (ou Dj’s de serviço) pode ser um prazer, mas também pode destruir uma boa refeição.
Aquele conceito de convívio, e uma refeição para conversar, se o volume do som é alto, e teremos que gritar, melhor é não ficar. Já me aconteceu mudar de restaurante pelo som muito elevado.
Pior, e no ano passado, aconteceu-me duas vezes entrar no restaurante e os músicos a ensaiar. Depois de o restaurante abrir nada de ensaios, pois é das sensações mais desagradáveis quando se espera por um prazer!

Lamentável também é o comportamento dos clientes que não respeitam a hora da reserva e, mais grave, quando reservam, faltam e não avisam.

BOM ANO 2022, e saibam que os restaurantes são locais saudáveis

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