CEO da AIR France/KLM: É preciso acelerar a transição energética no sector

por: António Manuel Teixeira
CEO da AIR France/KLM: É preciso acelerar a transição energética no sector
PressTur

O CEO da Air France-KLM garantiu esta terça-feira, 30 de Maio, que o grupo de aviação continua empenhado em atingir a neutralidade carbónica até 2050.

No entanto considera que para acelerar a transição energética no sector é necessário que o SAF – Sustainable Aviation Fuel esteja disponível a um “preço acessível” e com “condições justas” de concorrência.

Benjamin Smith, revelou: “Já nos comprometemos com 10% de combustíveis de aviação sustentáveis até 2030, o que está acima da exigência europeia. Adoraríamos ir além se os combustíveis de aviação sustentáveis estivessem disponíveis a um preço acessível”, numa masterclass dedicada à sustentabilidade e ao SAF, que decorreu no aeroporto parisiense Charles de Gaulle, noticiou o Publituris.

A utilização de SAF como forma de reduzir a pegada ambiental da Air France-KLM, que se comprometeu a reduzir as emissões de CO2 em 50% até 2024, nos voos em França, e de toda a rede em 30%, até 2030, é uma das etapas-chave da estratégia de sustentabilidade do grupo de aviação, que tem vindo também a renovar a sua frota e a sensibilizar parceiros e colaboradores como parte fundamental dessa estratégia.

O dirigente revelou que a Air France-KLM utiliza, actualmente, 17% do SAF que se encontra disponível em todo o mundo, o que é um motivo de orgulho, mas também de preocupação, uma vez que permite perceber que a produção mundial continua a ser ainda baixa, segundo a noticia do Publituris.

Precisamos incentivar os envolvidos a estimular a produção deste combustível. Mas também é importante que isso seja feito em condições justas de concorrência. Não podemos ter os custos dos combustíveis de aviação sustentáveis distorcidos em relação aos nossos concorrentes. Isso é realmente muito importante para nós”, garantindo que, as companhias que lidera, aceitaria adoptar metas mais elevadas se existir equilíbrio na concorrência.

O gestor mostra-se, no entanto, optimista em relação ao futuro, até porque, lembrou, “há alguns anos, a ideia de usar combustível de aviação sustentável em aviões era algo impensável”, mas actualmente já existe tecnologia que permite aumentar para perto de 100% o uso de SAF nos voos comerciais, numa meta que a tranportadora francesa e dos Países Baixos pretende alcançar em breve.

Os motores fabricados actualmente já são capazes de operar com até 50% de combustível de aviação sustentável. Portanto, a tecnologia já está em vigor e está muito próxima de atingir os 100%. Do ponto de vista tecnológico, se tivermos combustível de aviação sustentável disponível, poderemos operar a nossa frota com 100% desse combustível”, defendeu.

A inovação trazida pelas novas aeronaves, que permitem reduzir significativamente o impacto ambiental, justifica, segundo Benjamin Smith, o elevado investimento que o grupo tem vindo a fazer na renovação da sua frota e que chega a mais de dois mil milhões de euros por ano.

Estamos a investir até dois mil milhões de euros por ano em novos aviões, para nós, este é o primeiro nível para reduzir o impacto de CO2, de ruído e NOx na nossa operação e na indústria”, indicou ainda o CEO.

O gestor criticou, no entanto, as taxas ambientais que têm vindo a ser adoptadas em vários países e que, segundo o responsável, são “contraprodutivas”, uma vez que não incentivam a aposta na renovação das frotas e nem revertem para temas ligados à sustentabilidade.

Alguns dos impostos e encargos que pagamos são contraproducentes nesse esforço, nesse compromisso. Vemos que essas taxas, esses impostos, não são direccionados para nos incentivar a renovar a frota de maneira mais rápida”, lamentou Smith.

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