Administração da TAP vai reunir com os sindicatos, no âmbito do Processo de Reestruturação

por: António Manuel Teixeira

A TAP comunicou aos trabalhadores que iniciou negociações com os sindicatos, sinalizando estar para breve a publicação da declaração da empresa em situação económica difícil, um passo "essencial" no processo de reestruturação.

"A administração, à semelhança do que vem fazendo desde o início deste processo, endereçou, durante a semana passada, comunicações às estruturas representativas dos trabalhadores, convidando as mesmas a participar em processos de diálogo social neste início de ano. Nestas reuniões, que se iniciarão hoje mesmo, a administração da TAP e o Governo da República estarão lado a lado para estabelecer o diálogo acima referido", lê-se numa comunicação enviada aos trabalhadores a que a agência Lusa teve acesso.

No documento, assinado pelo presidente do Conselho de Administração, Miguel Frasquilho, e pelo presidente da Comissão Executiva, Ramiro Sequeira, refere-se que na sequência do anúncio já anteriormente efectuado pelo Governo, está prestes a ser publicada em Diário da República "e, portanto, tornar-se oficial e efectiva, a declaração de a TAP, S.A., da Portugália, S.A. e da Cateringpor, S.A. estarem em situação económica difícil".

"A declaração das empresas em situação económica difícil é instrumental para a sobrevivência e sustentabilidade do Grupo TAP, atenta a imperiosa necessidade de redução significativa dos respectivos custos e das necessidades de caixa, além de que contribuirá igualmente para a preservação de muitos postos de trabalho, num contexto em que, também, os concorrentes da TAP estão a implementar severos programas de reestruturação e de ajustamento de quadro de pessoal", explicam.

Em 22 de Dezembro, o Conselho de Ministros aprovou uma resolução que declara a TAP, a Portugália e a Cateringpor, a empresa de 'catering' do grupo TAP, em "situação económica difícil", lê-se no comunicado divulgado nesse dia. "A estas empresas são, assim, atribuídos os efeitos previstos na legislação, nomeadamente a alteração de condições de trabalho e a não aplicação ou a suspensão, total ou parcial, das cláusulas dos acordos de empresa ou dos instrumentos de regulamentação colectiva aplicáveis, com estabelecimento do respectivo regime sucedâneo", adiantou o Governo.

A declaração das empresas em situação económica difícil constituirá ainda, segundo escrevem os responsáveis da TAP hoje, factor decisivo para demonstrar a viabilidade do processo de recuperação do grupo TAP junto da Direcção Geral da Concorrência da Comissão Europeia.

"Cumprida esta etapa, e no pressuposto essencial de que o plano de reestruturação obterá aprovação das competentes autoridades europeias, a administração da TAP estará em melhores condições para, de forma aberta, empenhada e construtiva, entabular um diálogo com as estruturas representativas dos trabalhadores, designadamente com a Comissão de Trabalhadores e com os Sindicatos", afirmam.

O objectivo será assim "num clima de paz e serenidade sociais" serem definidas e implementadas as medidas e os aspectos concretos do plano, bem como "serem construídas soluções de curto, médio e longo prazo, que contribuam para a sustentabilidade do grupo TAP".

"Estamos convencidos de que o plano de reestruturação apresentado, que agora, com o envolvimento da Comissão de Trabalhadores e dos Sindicatos, deverá ter uma definição concreta e o correspondente plano de implementação, permitirá o gradual e progressivo reequilíbrio económico-financeiro do grupo TAP e, dessa forma, assegurará a sua sobrevivência sustentável", concluem.

O plano de reestruturação da TAP, entregue em Bruxelas no mês passado, prevê a suspensão dos acordos de empresa, medida sem a qual, de acordo com o ministro Pedro Nuno Santos, não seria possível fazer a reestruturação da transportadora aérea.

O documento entregue à Comissão Europeia prevê o despedimento de 500 pilotos, 750 tripulantes de cabine, 450 trabalhadores da manutenção e engenharia e 250 das restantes áreas.

O plano prevê, ainda, a redução de 25% da massa salarial do grupo (30% no caso dos órgãos sociais) e do número de aviões que compõem a frota da companhia, de 108 para 88 aviões comerciais.

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