David Neeleman recuou venda da TAP, que segue para nacionalização

por: Mafalda Bettencourt

As negociações, praticamente fechadas, com o accionista David Neeleman recuaram, pelo que a nacionalização da TAP será discutida dia 02 de Julho em Concelho de Ministros.

O decreto de lei que prevê a nacionalização da TAP já está preparado e pode ser aprovado na quinta-feira em Conselho de Ministros, caso o Governo e os accionistas privados não cheguem a um acordo de última hora.

Sabe-se que David Neeleman aceitou na terça-feira os 55 milhões de euros oferecidos pelo Estado para vender a sua posição, mas à última da hora surgir um novo factor na equação. O empresário americano já tinha emprestado, em 2016, 90 milhões à TAP através da companhia aérea brasileira Azul, da qual é presidente do conselho de administração.

Isto para que no futuro a brasileira não viesse reclamar parte do controlo da transportadora portuguesa, o Estado queria que a Azul abdicasse do direito de converter esse dinheiro em capital. Gerou-se um problema: Neeleman não podia tomar essa decisão sozinho e deitou por terra a possibilidade de um acordo.

Carlos César revelou que as negociações foram suspensas por falta de acordo, mas que o Governo está disponível para recuar e chegar a um acordo nas próximas horas, mas se isso não acontecer, o despacho de nacionalização segue quinta-feira para o Conselho de Ministros. "Foi feita uma proposta equilibrada e razoável. A reunião há pouco estava suspensa para uma última palavra sobre isso da parte dos sócios privados. Eu creio que nós como estamos, evidentemente, não podemos ficar", disse à TSF o presidente do Partido Socialista.

Neste momento, o Governo prossegue com o plano B: nacionalizar a companhia área nacional. Ou seja, a nacionalização abrange as acções de Neeleman, mas também as de Humberto Pedrosa. Ficando o Estado a deter 95% do capital da companhia e os privados serão afastados da estrutura accionista.

Carlos César acrescentou em declarações à TSF que "a empresa tem de ser preservada, a nacionalização pura e simples deve ser evitada, devemos procurar reforçar a nossa posição na empresa, quer no capital, quer na gestão ao lado e com o capital privado. Julgo que é essa a linha negocial que tem sido seguida, e muito bem, pelo ministro Pedro Nuno Santos e pelo primeiro-ministro, o desenlace desse processo deverá ocorrer hoje, porque se não ocorrer hoje, se não houver possibilidade de acordo com os privados, o que há a fazer é aprovar amanhã em Conselho de Ministros o decreto de lei da nacionalização que já está preparado".

Concluindo que "a melhor das posições é termos uma empresa mais forte, capitalizada com a presença mais influente do Estado e com o dinamismo que o capital privado sempre introduz numa parceria com o Estado".

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